Modelos do mundo. Paradigmas
mentais. Filtros perceptivos. Chamem-lhe o que quiserem. Eu gosto de pensar em
termos de… mochilas invisíveis! Invisíveis, mas tangíveis e determinantes, já
que têm um papel fundamental nos resultados que alcançamos na vida e na forma
como ocupamos o nosso lugar no mundo.
Por muito próximos que possamos estar, a
verdade é que cada um de nós usa um par de óculos distinto para analisar, interpretar
e avaliar a realidade. Costumo dizer nos meus cursos que embora possamos até
estar presentes fisicamente no mesmo contexto, ou seja no mesmo espaço e
intervalo de tempo, cada um de nós habita uma realidade única. Quando as coisas
nos correm mesmo bem, conseguimos pisar o mesmo chão e falar a mesma língua. Na
maior parte do tempo tentamos relacionar-nos harmoniosamente, encontrar um
terreno comum e percorrer a mesma estrada. A tarefa nem sempre fácil já que a
forma como representamos o mundo constrói dentro de nós mapas altamente
abstractos e subjectivos que em vez de nos aproximar, nos afastam.
Alfred Korzybski (1879-1950), filósofo, matemático e pai da
semântica geral deixou à PNL um legado importantíssimo, com a sua obra Science and Sanity,
editada em 1933. É dele a célebre
frase: “o mapa não é o território.” É
dele também o termo “neurolinguística”, proferido pela primeira vez em 1941. Ao
estudar o facto dos seres humanos apenas poderem relacionar-se com o mundo
através de abstrações, este homem ofereceu a quem se quiser atrever um desafio
de flexibilidade mental: não há uma “verdade”. Há pelo menos tantas “verdades”,
quantas as cabeças que nela pensam.
Precisamente aquilo que
carregamos na nossa mochila. Pesada ou leve; grande ou pequena; ergonómica ou
infernal, anda connosco 24 horas por dia, 7 dias por semana e até a qualidade
do nosso sono, depende em larga escala do seu conteúdo!
E se há mochilas que nos dotam de
“superpoderes”, outras há que nos fragilizam e diminuem.
Quem tem oportunidade, vontade,
maturidade, exigência pessoal e até mesmo a coragem de olhar para dentro da
sacola que traz às costas, encontrará por lá ingredientes tão importantes como
os valores, as crenças, as convicções; aspectos identitários, traços de
personalidade; memórias do passado, aprendizagens e experiências prévias;
capacidades e limitações; desejos ocultos e desejos expressos; medos
confessados e inconfessáveis; “programas informáticos mentais” inconscientes e
consistentes; missões, propósitos na vida, enfim, toda uma panóplia de factores
que contribuem para que a nossa pegada existencial seja irrepetível.
O que faz a PNL ao certo com tudo
isto?
Debruça-se com curiosidade e
infinito respeito sobre o interior da nossa mochila; mostra-nos o seu conteúdo,
torna claras as distorções, omissões e generalizações que fazemos; mostra-nos a
individualidade de todas as nossas experiências e ajuda-nos a fazer as melhores
escolhas com esses insights.
Convida-nos à flexibilidade mental. À tolerância. À mudança e à melhoria
contínua. Parece-lhe bem?
Alfred Korzybski
Sem comentários:
Enviar um comentário