segunda-feira, 11 de maio de 2015

O poder oculto das mochilas invisíveis que carregamos



Modelos do mundo. Paradigmas mentais. Filtros perceptivos. Chamem-lhe o que quiserem. Eu gosto de pensar em termos de… mochilas invisíveis! Invisíveis, mas tangíveis e determinantes, já que têm um papel fundamental nos resultados que alcançamos na vida e na forma como ocupamos o nosso lugar no mundo.

Por muito próximos que possamos estar, a verdade é que cada um de nós usa um par de óculos distinto para analisar, interpretar e avaliar a realidade. Costumo dizer nos meus cursos que embora possamos até estar presentes fisicamente no mesmo contexto, ou seja no mesmo espaço e intervalo de tempo, cada um de nós habita uma realidade única. Quando as coisas nos correm mesmo bem, conseguimos pisar o mesmo chão e falar a mesma língua. Na maior parte do tempo tentamos relacionar-nos harmoniosamente, encontrar um terreno comum e percorrer a mesma estrada. A tarefa nem sempre fácil já que a forma como representamos o mundo constrói dentro de nós mapas altamente abstractos e subjectivos que em vez de nos aproximar, nos afastam.

Alfred Korzybski (1879-1950), filósofo, matemático e pai da semântica geral deixou à PNL um legado importantíssimo, com a sua obra Science and Sanity, editada em 1933. É dele a célebre frase: “o mapa não é o território.” É dele também o termo “neurolinguística”, proferido pela primeira vez em 1941. Ao estudar o facto dos seres humanos apenas poderem relacionar-se com o mundo através de abstrações, este homem ofereceu a quem se quiser atrever um desafio de flexibilidade mental: não há uma “verdade”. Há pelo menos tantas “verdades”, quantas as cabeças que nela pensam.

Afinal, o que faz de nós pessoas tão díspares umas das outras?

Precisamente aquilo que carregamos na nossa mochila. Pesada ou leve; grande ou pequena; ergonómica ou infernal, anda connosco 24 horas por dia, 7 dias por semana e até a qualidade do nosso sono, depende em larga escala do seu conteúdo!

E se há mochilas que nos dotam de “superpoderes”, outras há que nos fragilizam e diminuem.

Quem tem oportunidade, vontade, maturidade, exigência pessoal e até mesmo a coragem de olhar para dentro da sacola que traz às costas, encontrará por lá ingredientes tão importantes como os valores, as crenças, as convicções; aspectos identitários, traços de personalidade; memórias do passado, aprendizagens e experiências prévias; capacidades e limitações; desejos ocultos e desejos expressos; medos confessados e inconfessáveis; “programas informáticos mentais” inconscientes e consistentes; missões, propósitos na vida, enfim, toda uma panóplia de factores que contribuem para que a nossa pegada existencial seja irrepetível.

O que faz a PNL ao certo com tudo isto?

Debruça-se com curiosidade e infinito respeito sobre o interior da nossa mochila; mostra-nos o seu conteúdo, torna claras as distorções, omissões e generalizações que fazemos; mostra-nos a individualidade de todas as nossas experiências e ajuda-nos a fazer as melhores escolhas com esses insights. Convida-nos à flexibilidade mental. À tolerância. À mudança e à melhoria contínua. Parece-lhe bem? 

 
Alfred Korzybski






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